Vida em Abundância

Vincent Cheung

O Senhor Que Te Sara
8 min readMar 29, 2023

Jesus disse que veio nos trazer vida em abundância. Satanás vem para roubar, matar e destruir, mas Jesus disse que veio para destruir as obras do diabo. O que essa vida abundante produz? Considere o que Satanás rouba, o que Satanás destrói. Ele aliena as pessoas de Deus, e do perdão e da segurança de Deus. Ele corrompe as pessoas com o mal no seu coração, com ódio, inveja e tristeza. Jesus veio para trazer uma vida que reverte tudo isso. Ele nos fez nascer de novo e fez nosso coração puro, santo e reto. Ele enche o nosso coração com amor, contentamento, desejos e ambições dignos, felicidade e força. Satanás corrompe o interior do pecador de modo que a sua inteligência também deteriora. Ele se acha arguto, mas é a pessoa mais estúpida. Jesus veio para restaurar a nossa inteligência. Deus tornou Jesus a nossa sabedoria, e nós temos a mente de Cristo. Enquanto permanecermos nele, essas coisas irão crescer mais e mais em nós. Ele veio para nos trazer vida, e vida em abundância.

Porém, Satanás não rouba apenas a sabedoria e a santidade das pessoas. Ele não opera somente no nível do intelecto e da moralidade. Ele não ataca apenas a vida interior. A destruição da retidão na humanidade resulta também na destruição da saúde e da vida longa, da prosperidade e da riqueza, do sucesso e da satisfação na vocação, dos relacionamentos e de todas as coisas que pertencem à vida humana. Seria ridículo supor que Jesus veio corrigir a raiz do problema, mas deixando intactos os efeitos do pecado! Seria uma imbecilidade pensar que, embora Jesus veio corrigir a causa e o efeito do sofrimento humano, por alguma força inexplicável os efeitos da retidão ficam suspensos até a vida póstuma! Esse tipo de teologia é tão estúpido que parece ter sido inventado por alguém que nunca experimentou a sabedoria da salvação. É como se a sua inteligência nunca houvesse sido restaurada por Deus. É uma teologia de réprobos.

Jesus disse que uma árvore boa produz bom fruto e uma árvore má produz fruto mau. Nós nunca diríamos que a raiz do pecado produzirá o fruto da justiça na vida presente e produzirá o fruto da impiedade somente após a morte. Portanto, nós nunca podemos dizer que a raiz da justiça, a raiz da vida e a própria raiz de Deus irá produzir os efeitos da impiedade na vida presente e só produzirá os efeitos da redenção após a morte. Os teólogos usam a distinção do “já/ainda não” para justificar a sua teologia réproba. Eles alegam que Deus já prometeu, mas ainda não cumpriu. Porém, a verdade é que as bênçãos da redenção já estão aqui, mas ainda não creram nelas. Eles querem dizer que estão aguardando que Deus cumpra suas promessas, mas a verdade é que Deus está aguardando que eles creiam nas suas promessas.

O modo de pensar falso e distorcido tem sido o pressuposto da teologia por toda a história da igreja. É usado com frequência para determinar o equilíbrio e a ortodoxia. Nós temos de fazer duas observações sobre isso. Primeiro, Satanás foi exitoso em enganar a igreja, de modo que, mesmo se ele não puder impedir todo o progresso do evangelho, pelo menos ele pôde reduzir a sua eficácia e os seus recursos no mundo. Segundo, devemos suspeitar da fé de quem pensa desse modo, isto é, daqueles que alegam ter a raiz da justiça, mas rejeitam os efeitos da justiça. É a sua tentativa de camuflar a sua incredulidade e sua piedade artificial, e aqueles que têm fé verdadeira são reprimidos por aqueles que se autodenominaram autoridades e guardiões religiosos. Não há razão para sofrer problemas desnecessários. Por que desejar a aprovação de homens imprestáveis e aguentar besteiróis do lixo humano, em vez de desfrutar da aprovação de Deus e de todas as bênçãos da fé? O que você faria se um pedaço de lixo gritasse do fundo da lixeira para você “Entre aqui comigo ou eu vou odiá-lo”?

Jesus disse que ele veio para nos trazer vida em contraste com o fato de que Satanás era aquele que viria para roubar, matar e destruir. E ele enfatizou que veio trazer vida em abundância. A vida que vem de Jesus é muito maior do que a morte que vem de Satanás. Jesus nos dá mais do que Satanás tira. Como Paulo escreveu, “o dom gratuito não é como a ofensa”. Aceite o que Jesus disse sobre si mesmo, sobre o que ele veio fazer. Ele veio nos trazer uma vida plena e muita felicidade. E ele cumpriu isso. Ele não mentiu e não falhou. Nós podemos experimentar essa vida mais e mais. Jogue fora as doutrinas humanas que encorajam fraqueza e sofrimento e abrace essa vida e felicidade completamente, sem reservas. E então traga essa vida a outros.

Em muitas partes do mundo, há pouquíssimo sofrimento por Jesus. Isso porque o evangelho tem sido um sucesso tão grande que até os descrentes permanecem geralmente pacíficos. Quando o evangelho é pregado e aceito por um número significativo de pessoas, a cultura inteira é transformada, de modo que até aqueles que se orgulham da sua resistência adotam sem perceber alguns dos seus valores e regras morais. Como Jesus disse, o reino de Deus é como uma pitada de fermento que leveda a massa toda. Em sociedades assim, o sofrimento por Jesus é reduzido, não porque os cristãos se amoldaram, mas porque eles se recusaram a se amoldar e atingiram sucesso. É uma ideia réproba insistir que o mesmo nível de sofrimento, doença e pobreza deve permanecer sempre igual, como se a vida cristã fosse o acúmulo de todos os efeitos do pecado! Os cristãos não são os guardiões das obras de Satanás, e sim os executores das obras de Cristo. Nós recebemos e distribuímos os tesouros que Cristo ganhou para o seu povo. Seria traição voltar à vida amaldiçoada e pregar como se ela fosse o evangelho.

A piedade não está no sofrimento, e sim na fé, no amor, na adoração e na obediência. Quando a perseguição é severa, manter a fé e a obediência pode trazer sofrimento. Contudo, em uma sociedade que foi transformada por gerações de fé e obediência, mesmo que defeituosas, a continuidade da fé e da obediência não irá trazer o mesmo nível de sofrimento. Devido à sua malignidade e ignorância, muitos associam a verdadeira religião com o sofrimento em si. Em uma sociedade em que o evangelho definiu grande parte da cultura, essa piedade falsa se manifesta em falsas doutrinas, de modo que o sofrimento não é mais um ataque do diabo contra o povo de Deus, mas é Deus que inflige sofrimento contra o seu próprio povo. Deus é quem ordena que o seu povo siga e pregue a sua Palavra, e ao mesmo tempo é esse mesmo Deus que ataca o seu povo com doenças, pobreza e todo tipo de desastre, porque supostamente isso é piedade.

Os verdadeiros cristãos seguem Jesus Cristo e, se houver perseguição, eles podem sofrer. Mesmo assim, eles andam por fé e são frequentemente livrados por milagres estrondosos. Os falsos cristãos seguem a sua própria invenção — o falso deus do Sofrimento — de maneira que sofrem com ou sem perseguição. Essa é a diferença. As pessoas que insistem que a vida cristã é uma vida de sofrimento são muitas vezes as causadoras do sofrimento. Assim, em lugares em que o evangelho ganhou muita influência e os descrentes são relativamente pacíficos, os cristãos são muito mais perseguidos do que precisariam, porque muito da perseguição vem daqueles que se dizem cristãos. Claro, há descrentes que admitem que o são, mas há multidões de descrentes que dizem ser cristãos. Aqueles que fingem seguir Jesus não creem realmente no que ele disse, mas alegam que creem, e com tanto orgulho e ganho pessoal em jogo a cada debate religioso, eles atacam aqueles que verdadeiramente creem no evangelho, para que esses impostores possam se estabelecer como os genuínos seguidores de Cristo.

O evangelho goza de uma grande medida de sucesso e influência em muitas partes do mundo e em muitas sociedades e culturas. Isso reduziu o sofrimento drasticamente em crentes e descrentes. É uma insanidade religiosa inventar sofrimentos à força para que possamos simular a experiência dos primeiros discípulos de Cristo. Eles sofreram muito para que não precisássemos sofrer tanto. É uma desordem espiritual e psicológica seguir o Sofrimento quando devemos seguir Jesus Cristo. Não obstante, os cristãos ainda sofrem em muitas partes do mundo. Em vez de insistir em mais sofrimento em nós porque sofremos tão pouco, devemos tirar vantagem da nossa liberdade para melhorar o mundo pelo evangelho, para que na nossa geração e nas gerações futuras, haja menos sofrimento para outros. A ortodoxia padrão nos manda buscar o sofrimento, querer mais dele, louvá-lo e adorá-lo, como se o sofrimento fosse o próprio Deus. Isso é cruel e perverso. É satânico. Devemos atacar o sofrimento em nome de Jesus e trazer a paz de Cristo para todas as nações. Quando os pagãos nos virem aproximando, eles não devem pensar que estamos vindo multiplicar os problemas deles, e sim que, em nome de Jesus, viemos trazer as soluções de que precisam.

A Bíblia ensina que Deus perdoa todos os nossos pecados e sara todas as nossas doenças. E ela nos ordena a pregar o evangelho e a curar os enfermos. Se não houver doentes na área porque eles foram curados por Deus, e porque permaneceram saudáveis pela fé, nós não iremos inocular doenças neles ou machucá-los com violência, e não iremos fazer a mente deles para abraçarem essa doença e violência apenas para que tenhamos mais pessoas para curar. De novo, isso seria insanidade religiosa. Seria como a religião grotesca do paganismo — e o evangelho ortodoxo padrão da doença e da pobreza é essencialmente paganismo, análogo a uma religião de vodu. Antes, iremos reconhecer que a saúde das pessoas é um testemunho do sucesso do evangelho. Vamos encorajá-las a permanecerem fortes no poder de cura de Deus, livres do sofrimento, e a trazerem essa mesma bênção a outras partes do mundo.

Jesus Cristo é poderoso demais para Satanás. O diabo não tem chance contra o evangelho em um confronto direto. O único jeito de ele vencer é convencendo as pessoas a pensarem que a fé cristã ensina, na verdade, algo como a religião do paganismo, uma religião de sacrifício e sofrimento. Ele tem sido tão eficaz nisso que essa versão do paganismo caracterizou muito do pensamento cristão na história da igreja, e foi codificada em credos e reconhecida como a ortodoxia histórica. Isso não é ortodoxia bíblica nem autêntica. É um falso evangelho, uma religião vodu com vocabulário cristão. Jesus Cristo veio para destruir as obras de Satanás. Ele não veio fazer um acordo com Satanás para nos destruir e nos fazer sofrer ainda mais.

— Vincent Cheung. Abundant Life. Disponível em Contract (2020), pp. 149–151. Tradução: Luan Tavares.

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Para mais materiais teológicos de Vincent Cheung em português, consulte As Obras de Vincent Cheung.
Website original: vincentcheung.com

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O Senhor Que Te Sara
O Senhor Que Te Sara

Written by O Senhor Que Te Sara

“Eu sou o SENHOR que te sara” (Êxodo 15:26). Despertando sua fé para o sobrenatural de Deus. Refutando o cessacionismo e outras doutrinas do incredulismo.

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