Os Reformados São Positivistas?

Geralmente os reformados são bastante tolerantes com manifestações de poder que eles proibiriam de punhos cerrados em suas próprias congregações quando elas ocorrem em campos missionários. Se um muçulmano tem um sonho sobre Jesus e se converte, isso é lindo; se eu tenho um sonho sobre Jesus, taca-lhe a Confissão de Westminster na minha cabeça. Se um missionário expulsa um demônio, faz uma cura ou opera um milagre na natureza, isso é para expandir o reino de Deus. Se eu faço essas coisas, estou expandindo o reino do diabo e o engano. Africanos recém convertidos têm licença para falar em línguas. Aqui, só com atestado de louco.

A única coisa que pode explicar esse duplo padrão é uma atitude de arrogante condescendência que reverte totalmente o evangelho. A Bíblia diz que as manifestações carismáticas crescem à medida que o reino de Deus cresce. Quanto mais poder, milagres e revelações, mais sólida é a implementação do reino do Messias. Para os reformados, essas evidências sobrenaturais representam o estado mais imaturo do reino. Elas servem apenas como o cartão de apresentação que é jogado fora tão logo é mostrado. É quase como um mal necessário. O bom mesmo é quando tudo isso acaba e resta apenas o Deus da apologética, dos diplomas, do refinamento acadêmico e das ações ocultas e incompreensíveis.

Logo, os reformados têm mais em comum com os positivistas do que com a Bíblia. O desprezo condescendente que eles sentem pelos povos que experimentam o poder do Espírito pela primeira vez equivale ao que os ateus positivistas sentem pela fase mágica da civilização.

— André de Mattos Duarte