Notas Sobre Fé, Cura, Milagres e Cessacionismo
N-001. A ministração de curas milagrosas deveria fazer parte da rotina de toda família cristã. É uma das maneiras mais poderosas e mais belas com que um homem demonstra amor pela sua esposa e por seus filhos, e com que uma mãe exerce sua maternidade piedosamente.
N-002. Quem crê no Salmo 103 é a criatura mais feliz, mais forte, mais estável, mais firme, mais segura, mais confiante, mais poderosa, mais próspera, mais em paz, mais régia, mais vitoriosa de todo o universo material e invisível.
N-003. “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, SENHOR, só tu me fazes repousar seguro” (Salmo 4.8). Essa promessa grátis de Deus vale mais do que todos os milhares de reais que as pessoas gastam em ansiolíticos e outras drogas psiquiátricas.
N-004. Lição óbvia e direta do episódio em que Jesus acalma a tempestade: pela fé, qualquer cristão pode cancelar um tornado, empurrar um tsunami de volta ou tapar um vulcão em erupção.
N-005. A promessa de Deus é a vontade de Deus. Ficar dizendo ou pensando “se for da vontade de Deus” sobre algo que Deus prometeu é o mesmo que deixar em aberto a possibilidade de Deus ser mentiroso.
N-006. O sofrimento não ensina nem opera coisa nenhuma. A Palavra de Deus é que faz isso. O sofrimento apenas coloca uma ocasião para a pessoa se lembrar da Palavra de Deus, mas obviamente o atender à Palavra de Deus antes de precisar sofrer deve ser a primeira opção.
N-007. As “provações” de que Tiago fala servem para aperfeiçoar a fé, e a fé é exatamente aquilo que vence o sofrimento com o poder milagroso de Deus. Não há nada ali que sugira uma aceitação de um estado de sofrimento como condição normal.
N-008. A igreja não está pecando por pregar “vitória” demais. Ela está pregando de menos. Até a mais fanática igreja carismática apenas arranhou a superfície da material e espiritual plenitude das promessas de vitória — presente e escatológica — contidas na Bíblia.
N-009. Não existe PRC nem Quarto Mandamento sem milagres de cura.
N-010. O Salmo 91 é, sem a menor possibilidade de equívoco, uma promessa individualizante de total proteção contra doenças, violências e acidentes, e a favor de uma vida longeva e gloriosa. Quem nega isso também nega a inspiração e a clareza da Escritura.
N-011. Fé é a antecipação de um fato, não de uma hipótese. A falha em entender isso explica por que tantas orações por cura não são atendidas.
N-012. Todas as bênçãos listadas na lei de Moisés são o cumprimento da promessa de Deus a Abraão. Dado que os cristãos são os verdadeiros filhos de Abraão e herdeiros da promessa, logo todas as bênçãos da lei de Moisés são para nós. Em poucas linhas, séculos de polêmicas tolas se resolvem.
N-013. Se o seu pastor, após anos de estudo e diplomas internacionais, tenta convencer você de que as bênçãos materiais do Antigo Testamento “viraram” ou “foram substituídas por” bênçãos espirituais no Novo, por que você confiaria em qualquer outra coisa que ele disser?
N-014. O “fogo estranho” de Levítico 10 não foi um acréscimo de um elemento não ordenado, e sim uma adulteração de um elemento ordenado. Inovações humanas no culto são erradas, mas nem todas são “fogo estranho”. Por outro lado, a pregação cessacionista é “fogo estranho”, porque é a adulteração humana do elemento bíblico da pregação.
N-015. Se restasse apenas um cristão no mundo, ele teria poder para destruir todos os bilhões de muçulmanos e comunistas de todas as nações, armado apenas com um saco de algodão. Se Deus é por nós, absolutamente ninguém será vitorioso contra nós. Ponto.
N-016. Ser cristocêntrico é aceitar Cristo por inteiro. Dentre muitas outras coisas, ele é aquele que conquistou a cura de todas as enfermidades pela expiação na cruz, aquele que batiza o seu povo com o Espírito Santo para que recebam profecias, visões, sonhos e línguas, e aquele que opera em nós milagres ainda maiores do que os que ele fez na terra. Quem nega essas coisas pode suspirar “Cristo!” a cada quinze minutos e continuar sendo antropocêntrico do mesmo jeito, porque escolhe por si mesmo quais coisas aceita e quais rejeita sobre Cristo.
N-017. Não adianta reclamar. De Deus não se zomba. O que o homem semear, isso também ceifará. Quem semeia a rejeição da promessa de cura de Deus por milagre ceifará a promessa de cura do homem por engenharia social. Quem usa a soberania de Deus contra o que Deus prometeu ficará à mercê da soberania do homem. A destruição dos lockdowns só virá com a destruição do cessacionismo e com a retomada massiva do ministério de curas milagrosas. Escolham a quem vão servir. Eu e minha casa serviremos a Jeová-Rafá.
N-018. A Bíblia tem dezenas de vezes mais versículos sobre cura milagrosa do que sobre batismo e ceia. Mas adivinha o que aparece em mil páginas de credos e confissões e o que é solenemente ignorado; o que foi tema de briga ferrenha entre ramos do protestantismo e o que foi unanimemente abafado por todos eles?
N-019. O cessacionista coloca todas as operações de milagres debaixo da categoria dos dons e depois afirma que esses dons cessaram com a conclusão do cânon e a morte dos apóstolos. Para manter essa tese, eles precisam conceber que Deus é soberano para quebrar suas promessas e que a fé não faz quase nada. O motor desse empreendimento todo é incredulidade crua, é o instrumento é a distorção absurda da Escritura.
N-020. Só há uma maneira de derrotar a próxima pandemia antes que ela comece e antes que os governos tenham chance de fazer besteiras: cada cristão que assuma a responsabilidade por crer, compreender, assimilar, ensinar e praticar a cura milagrosa bíblica de tal modo que, como foi no princípio, a igreja tenha tal reputação diante do mundo.
N-021. “Se o dom de cura continua, por que você não sai esvaziando os hospitais?” Bem, se o dom de ensino continua, por que você diz algo tão idiota?
N-022. A Bíblia ensina explicitamente que Deus soberanamente concede cura de doenças por milagre apesar dos fracassos da medicina. Mas como os crentes hoje são muito avançados, eles afirmam que Deus soberanamente nos mata de doenças apesar do sucesso da medicina.
N-023. “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo 14.12–14). Antes de tentar racionalizar por que as “obras maiores” não são milagres, e sim conversões, igrejas etc, os cristãos precisam lidar com “as obras que eu faço”. E o que Jesus fez? Milagres e milagres, principalmente os de cura. As obras de Jesus são o piso, não o teto, para a imitação dos crentes. Se um cristão não faz nem os mesmos milagres que Jesus fez, nem precisa perder tempo quebrando a cabeça com as “obras maiores”. Isso é quão longe nós caímos.
N-024. Alguns cessacionistas até oram pela cura de enfermos, mas nenhum ora pela ressurreição dos mortos. Nem passa pela mente deles, embora curar enfermos e ressuscitar mortos façam parte da mesma comissão de pregar o evangelho.
N-025. Se alguém quiser alegar que é normal um crente morrer doente por causa do exemplo de Eliseu, que prove também ser normal levar os doentes para o seu túmulo para serem curados.
N-026. Pare de cultivar o sofrimento como se Deus quisesse que você sofresse para aprender alguma lição. Deus de fato usa o sofrimento para ensinar, mas a principal lição é exercitar a sua fé para receber livramento.
N-027. Se a Bíblia ensina que saúde vem pela obediência à Palavra de Deus, então cabe a você buscar na adesão à Palavra a fonte da sua saúde. Sabe o que vai acontecer se você for a pessoa mais fit e natureba do planeta, mas seguir uma conduta bíblica em nível medíocre? Vai ficar doente igual ao seu colega que gosta de McDonald’s. E esse colega vai ser mais saudável do que você se ele for alguém irrepreensível na obediência a Deus e na fé na cura milagrosa. E de quebra irá se refestelar em sabores que você, no fundo da sua alma, sabe que nenhum quiabo jamais conseguirá emular.
N-028. Aceitar a poderosa mensagem bíblica da operação de milagres por meio da fé não é mais uma questão teológica interessante para debates e piqueniques. Agora é questão de sobrevivência. Ou você entra nessa ou vai rodar.
N-029. Eu só vou concordar que é normal um crente ter depressão como Elias quando esse mesmo crente também multiplicar azeite, ressuscitar mortos, ganhar a pé uma corrida contra um carro e comandar os elementos da natureza causando chuva e seca pela oração da fé (Tg 5.17–18). A ânsia pelo derrotismo gospel está arruinando os cristãos.
N-030. O cessacionismo impõe um anticlímax horrendo na era messiânica. Eles fazem com que todos os poderes e experiências sobrenaturais infundidos pelo Espírito Santo sejam coisa do passado. 1400 anos aguardando por um fenômeno apoteótico que só durou algumas décadas. A vontade de Deus manifestada na Escritura sempre foi o de expandir, e nunca o de remover ou reduzir — a não ser, é claro, como meio de juízo e destruição. Na história bíblica, os únicos interessados em calar a profecia foram os pertencentes à linhagem espiritual de Caim até a geração que matou Jesus e perseguiu os apóstolos. Não vê que há algo, digamos, um tanto remotamente suspeito nisso?
N-031. A vida cristã não é sofrida. Ela é alegre, suave e próspera, como os Provérbios ensinam. A vida do ímpio é imensamente mais sofrida. Os cristãos passam sim por muitos problemas e sofrimentos, mas Deus os livra de todos. Todos! O propósito de cada sofrimento na vida do cristão é acabar, mesmo que venha o próximo. Não existe sofrimento de estimação. Não há beleza nem piedade alguma em ficar cultivando um sofrimento ou inventando desculpas para ele se há promessas bíblicas para resolvê-lo. O sofrimento como perseguição pelo evangelho é de fato glorioso e melhora o nosso caráter, mas até esse tem data de validade.
N-032. Dizem que “Deus não é Papai Noel! Deus não é gênio da lâmpada!”. Ora, mas é claro que não é: Papai Noel só aparece uma vez por ano, e só para os “bonzinhos”; Deus está disponível o tempo inteiro para todos os que pedem “em nome de Jesus”, isto é, apoiando-se nos méritos de Jesus. O gênio da lâmpada só concede três desejos, mas Deus concede TUDO o que pedirmos. Ei, não olhe pra mim, foi Jesus quem disse isso. Deus é muito mais generoso do que Papai Noel e gênio da lâmpada e, além disso, ele é onipotente e pode nos dar muito mais do que tudo o que pedimos ou pensamos.
N-033. “Mical, filha de Saul, não teve filhos, até ao dia da sua morte” (2Sm 6.23). Poderia ser o caso de que a esterilidade de muitos cessacionistas seja consequência de eles zombarem e repreenderem os louvores expansivos e fora da etiqueta de outros cristãos?
N-034. A parte que está ausente nas exposições da “ordo salutis” é o batismo no Espírito Santo, que deveria aparecer entre a adoção e a santificação. Como ensino para o meu filho, esse é o ato em que Jesus envia o Espírito Santo para morar no nosso coração e nos revestir de poder para fazer milagres.
N-035. O “espinho na carne” não era uma doença e nem era um sofrimento indefinido que possa ser generalizado pra qualquer sofrimento ou desconforto que uma pessoa passe na vida. Era especificamente o sofrimento da perseguição pelo evangelho. Isso é evidente porque 1) o termo “mensageiro de Satanás” restringe as possibilidades a pessoas e anjos; 2) o Antigo Testamento cita os inimigos de Israel em Canaã diversas vezes como “espinhos na carne”; 3) Todos os sofrimentos que Paulo teve no seu ministério foram resultado das perseguições que sofreu. Na Bíblia, há promessas para a remoção ou a redução de quase todos os tipos de sofrimento, mas o sofrimento por perseguição e ódio do mundo contra Deus é algo garantido por Jesus. Assim, faz todo o sentido Deus não ter atendido à oração de Paulo.
N-036. Se as profecias eram somente suplementos para cobrir as lacunas de um cânon incompleto, então obviamente a incidência de profecias teria de ser inversamente proporcional à completude do cânon bíblico. Mas o exato oposto aconteceu na história bíblica: quanto mais Escritura, mais profetas.
N-037. Jesus repreendeu a fé fraca várias vezes, mas nunca uma fé “exagerada”. Deixe que os outros chamem você de fanático, fundamentalista, inflexível, intolerante; o que importa é como Jesus julga a sua fé. E a fé bíblica sempre vence.
— André de Mattos Duarte