“Essa hesitação em orar por finanças…”

Vincent Cheung

O Senhor Que Te Sara
9 min readMar 29, 2023

Essa hesitação em orar por finanças provém da tradição dos homens e da voz de Satanás. Ela é forjada para roubar de você os seus direitos em Cristo, para destruir o seu potencial de ser um exemplo da bondade e da generosidade de Deus, para tirar a sua capacidade de apresentar amor prático à família e a outros em necessidade e, é claro, para reduzir significativamente a sua eficácia em espalhar a palavra de Deus. Você não precisa ter dinheiro nenhum para amar o dinheiro. Na verdade, o medo de ter dinheiro já é o amor ao dinheiro, é até a adoração ao dinheiro. A maioria daqueles que pregam contra a recepção de prosperidade de Deus pela fé é apaixonada pelo dinheiro. Por que eles são tão obcecados pela pobreza, pelo sofrimento e por ficar falando sobre quanto dinheiro as outras pessoas têm? Eles é que são obcecados pelo dinheiro, mas eles não têm fé, nem mesmo o mínimo de respeito por Deus, para receber dele como criancinhas. Eles não pensam nele como um Pai, e sim como uma pedra sagrada ou uma estátua que eles adoram.

Pensamentos que contradizem as promessas de Deus vêm do diabo, mas você pode vencê-los. Jesus disse que, quanto a palavra de Deus é semeada no coração, se ela não cria raízes, o diabo vem e a rouba. Ele disse que o engano das riquezas pode sufocar a palavra de Deus. Quando uma pessoa superestima a busca por riquezas, ou quando ela considera a própria riqueza como um deus, ela é enganada pelas riquezas e a palavra de Deus se torna infrutífera na sua vida. Mas a palavra de Deus também diz que, quando buscamos Deus em primeiro lugar, “todas essas coisas” que os pagãos buscam ser-nos-ão acrescentadas. Isso é tão palavra de Deus quanto qualquer outra frase da Bíblia. E se alguém contradiz essa palavra de Deus por causa da sua falsa piedade e então se cumprimenta por ser livre do engodo das riquezas? Ele não é ainda pior? Ele não está ainda mais enganado? Ou ele não conhece a palavra de Deus em que ele diz crer, ou ele sabe o que ela diz e a rejeita. De qualquer forma, ele está enredado em sua autojustiça. A maioria dos cristãos parece pensar que Jesus disse que, quando buscamos Deus, “todas essas coisas” serão tiradas de nós. Há uma obsessão demoníaca no cristianismo histórico por condenar a ideia de que a prosperidade vem quando buscamos Deus e temos fé. Satanás roubou a palavra de Deus dos cristãos por meio do seu engano. O diabo vem e diz “Foi isso mesmo que Deus disse?”. Nossa resposta é reafirmar que sim, Deus realmente disse isso e aquilo. E então sermos praticantes da palavra.

O evangelho artificial da pobreza sem sentido e do sofrimento estúpido é popular porque ele faz as pessoas se sentirem especiais para Deus e muito espirituais sem exigir que elas mudem qualquer coisa ou tenham fé em qualquer coisa. A maioria delas já está no lugar do fracasso. Essa mensagem vem e diz “O seu sofrimento é bom para você. Você é muito humilde por suportar isso. Essa é a vontade de Deus. Deus não ajuda você não porque você não tenha fé, mas porque você tem muita fé! Ele tem algo melhor para você. Esqueça o que a Bíblia promete. Se ela promete qualquer coisa boa ou de conforto, é porque o significado é outro. Não deixe Satanás persuadir você de que Deus quer dizer o que ele diz. Deus quer dizer o contrário”. Essa é a mensagem mais palatável para a maioria das pessoas, porque não as corrige nem as desafia em nada. Não requer fé alguma. Não requer nenhum arrependimento pela incredulidade. Como mencionei no meu artigo The Edge of Glory, o povo de Israel sofreu não por obediência ou por perseguição — eles nunca enfrentaram os seus inimigos. O sofrimento veio do seu ambiente natural agravado pela sua própria incredulidade e atitude amarga. E então eles selaram sua própria condenação quando impuseram uma explicação falsa do seu sofrimento. Dando como razão o seu nome, sua palavra e sua própria natureza, Deus prometeu livrá-los do seu ambiente hostil. Mais do que isso, ele disse que seriam não apenas libertos, mas extremamente prósperos se marchassem em fé e combatessem os seus inimigos, tomando para si o que era deles. Eles se recusaram e formularam uma teologia que dizia que Deus é que os havia guiado até lá para sofrerem, que era Deus que estava fazendo tudo aquilo na vida deles. Mas foi Deus quem lhes disse para sair do lugar de sofrimento. Foi Deus quem lhes prometeu uma terra que mana leite e mel e que os ordenou a conquistá-la. Foi Deus quem lhes disse para marcharem em frente e receberem uma vida boa. Mas, porque eles o rejeitaram, Deus os abandonou para morrerem, e para terem a vida que eles disseram que Deus os estava obrigando a viver.

Essa também é a história da igreja. Em muitos lugares, e principalmente nas áreas do mundo em que os “cristãos” altivos podem se dar ao luxo de inventar discussões sobre cada ponto minúsculo dessas coisas, quase 100% do sofrimento deles vem do seu ambiente natural, dos seus problemas cotidianos, e não de perseguição das pessoas ou do governo. Então eles fazem desse tipo de sofrimento a base do seu relacionamento com Deus e da sua teologia sobre Deus. Eles são escravos em suas mentes como o povo de Israel. Quer dizer, exceto por um em um milhão que é como Calebe e Josué. Na igreja, o povo da incredulidade tem sido a maioria, e são eles que escrevem a história da igreja a partir da perspectiva humana. Graças a Deus, temos na Bíblia a versão de Deus sobre a história do povo de Israel. Do contrário, a teologia de incredulidade de Israel teria se tornado a versão ortodoxa, e Calebe e Josué teriam sido os hereges. E aí nós nunca saberíamos quem foram os verdadeiros vilões e os verdadeiros heróis. O povo de Israel realmente quis apedrejá-los quando eles falaram em favor da fé nas promessas de Deus. Trataram a fé como se fosse algo perigoso, algo herege. Quando nós temos discordâncias na igreja sobre as promessas de Deus, é isso que está acontecendo.

Quando temos discordâncias sobre o que a Bíblia diz com relação a cura, prosperidade, proteção e favor divinos, milagres, visões, profecias, os poderes da fé e do Espírito, experiências sobrenaturais diversas e muitas outras bênçãos, é isso que está acontecendo. Preste atenção na versão da história da igreja que você estuda. O escritor conta a história da fé ou a história da incredulidade? Ele transforma uma história de sofrimento desnecessário que é consequência da incredulidade e da rebelião em uma história de piedade heroica que veio da “vontade de Deus” — como aquelas pessoas em Israel que Deus abandonou para morrerem? Ou ele entende a história da perspectiva das promessas de Deus, de modo que condena o sofrimento desnecessário como algo estúpido, ímpio e herege? O teólogo que você estuda ensina que o deserto na vida das pessoas é a “vontade de Deus” — como as pessoas de Israel que Deus odiou e matou? Ou o teólogo ensina que a terra que mana leite e mel é a vontade de Deus, desde que marchemos em fé e tomemos posse da terra? A versão humana da história irá justificar os homens e jogar as promessas de Deus para debaixo do tapete. Mas seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso. A versão de Deus da história irá justificar suas próprias promessas e lançar a culpa do fracasso e do sofrimento dos homens na incredulidade e na rebelião deles.

Mais de 95% do que é considerado literatura cristã ortodoxa é escrita da perspectiva da incredulidade e da rebelião. Mas, dado que a incredulidade está na maioria, e as pessoas aprovam umas às outras, esse fato é obscurecido pelas pessoas de si mesmas. Isso é um exagero? Não, tenho certeza de que a estimativa é muito baixa e tolerante. Calebe e Josué foram os únicos dois da sua geração que sobreviveram, e eles representavam bem menos de 1% da população. Você pensa que a situação na igreja é melhor? Eu espero que você esteja certo, mas pode conferir por si mesmo. Selecione os melhores livros e credos que representam a ortodoxia cristã ao longo da história e diga-me quantos deles, sem hesitações ou atenuações, declaram com especificidade a fé nas promessas evangélicas de leite e mel. Minha estimativa de 95% de incredulidade é bem baixa, não é? Um homem de fé tem talvez 99,99% dos crentes ortodoxos contra ele, e os crentes ortodoxos têm 100% dos descrentes contra eles. Então os crentes ortodoxos pensam que são os heróis da história, porque 100% dos descrentes estão contra eles. Mas a verdade é que eles são os vilões aliados dos descrentes contra os 0,01% que têm verdadeira fé em Deus. É claro que eles ficariam ofendidos por isso. Então nós dizemos a eles: vocês então creem nas coisas que lhes mostramos, nas coisas que Jesus disse? Vocês não creem. Então como que isso é culpa nossa? Por que nós somos os hereges? Só porque vocês estão em maior número? Então Deus também é herege. É por isso que vocês o excomungaram? É por isso que não há Deus na sua igreja? É por isso que não há vida nas suas almas?

O Israel em escravidão tinha 400 anos de história. Quem era Moisés para chegar e dizer algo diferente? Mas a teologia e a missão de Moisés começaram desde José, aliás desde Abraão, que recebeu o aviso dos 400 anos de escravidão e depois de liberdade. Se Israel tinha a ortodoxia histórica de escravidão, então Moisés tinha a ortodoxia pré-histórica da graça prometida há muito tempo a Abraão, e que remetia até Adão. É até uma ortodoxia eterna na mente de Deus. Da perspectiva dos homens, Moisés era o herege. Eles o resistiram. Da perspectiva de Deus, esses moleques obstinados e ingratos tinham de ouvir e mudar, ou morreriam nos seus pecados. E todos eles morreram. A Bíblia diz que eles eram uma congregação, foram circuncidados, foram batizados e estavam comendo e bebendo da rocha que era Cristo. Isso parece bem ortodoxo, não? Você já se esforçou muito para que esse fosse o padrão pelo qual você julga os outros? E Deus os entregou todos à destruição! Os seus cadáveres se espalharam pelo deserto. Eles colocavam a culpa de tudo na vontade de Deus? Então aí está! Que seja a vontade de Deus então. Deus deixou que a teologia deles mesmos os varressem da existência. A igreja adotou uma teologia de escravidão por séculos. Mesmo agora, a narrativa dominante é de escravidão. Até a tal teologia da graça deles é só uma graça simbólica no meio da escravidão, somente para passarem para outra fase de escravidão. Não há plenitude de liberdade e poder. Não há terra que mana leite e mel. Claro, Deus sempre reserva para si um remanescente, de modo que sempre houve pessoas como Josué, e os homens carnais sempre suspeitaram do povo da fé. Para que a igreja avance, essas pessoas da incredulidade devem MORRER. Isso é muito duro? Mas Deus fez isso com elas. O povo da incredulidade precisa morrer. Talvez uma nova geração tenha fé em Deus. Mas, como indivíduo, você pode progredir agora mesmo.

Jesus às vezes dizia algo em público e depois explicava melhor em particular, porque um público amplo deve ser lidado de modo diferente. Eu digo coisas muito mais veementes sobre a fé, a cura, os poderes do Espírito, as promessas de Deus e esse tipo de coisa no meio do meu povo. Lá, eu consigo reduzir a polêmica ao mínimo e ensinar diretamente o que a palavra de Deus diz e como aplicá-la. No entanto, com o público de fora mais amplo, muitas pessoas que se dizem cristãs nem começaram a crer no que Deus diz sobre essas coisas. Elas nem chegaram na linha de partida. Ainda estão debatendo as coisas mais básicas sobre Deus. Ainda estão discutindo se as promessas de Deus querem dizer o que elas obviamente dizem. E, por estarem debatendo, pensam que são crentes maduros e intelectuais. O oposto é verdadeiro. Como Jesus disse, “Tenho ainda muito que dizer, mas vocês não o podem suportar agora”. Ele também disse que não devemos jogar pérolas de sabedoria a pessoas que são como porcos estúpidos, porque elas não ouvirão e se voltarão para nos atacar. Então se você não discernir direito os ouvintes, você vai criar problemas para si sem benefício para ninguém. Nem todo mundo é assim, mas quero dizer que o público é muito heterogêneo. Então você precisaria incluir um bocado de detalhes e polêmicas entediantes que são desnecessários para aqueles que há muito tempo aceitaram que a palavra de Deus é clara e verdadeira. Eu espero que você consiga chegar a esse ponto por si mesmo logo. Nós não estamos falando sobre ensinamentos e revelações secretas, mas sobre coisas que estão explicitadas na Bíblia para qualquer um ler. Você tem a mesma palavra de Deus. Não permita que aqueles que só querem discutir prendam você no mesmo lugar para sempre.

Vincent Cheung. “This hesitation to pray for finances…” Disponível em Contract (2020), pp. 133–136. Tradução: Luan Tavares.

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Para mais materiais teológicos de Vincent Cheung em português, consulte As Obras de Vincent Cheung.
Website original: vincentcheung.com

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O Senhor Que Te Sara
O Senhor Que Te Sara

Written by O Senhor Que Te Sara

“Eu sou o SENHOR que te sara” (Êxodo 15:26). Despertando sua fé para o sobrenatural de Deus. Refutando o cessacionismo e outras doutrinas do incredulismo.

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