Doenças Não São Provações
No Evangelho, “doenças” não são consideradas provações. Às vezes está relacionada com a ação de Satanás (e.g. Mateus 17.14–17; v. tb. Atos 10.38); outras vezes poderia estar relacionada com o pecado (e.g. Mateus 9.1–9; João 5.14) e, também (e os dados bíblicos para isso são poucos), podem estar relacionada com a livre providência de Deus, isto é, com a permissão deliberada de Deus (cf. João 9.1–4; 11.4). Nestes dois últimos casos, entretanto, o Evangelho é claro em afirmar que aquelas doenças específicas, embora não fossem causados por pecados, era para que Deus fosse glorificado por meio dela. Você me pergunta: de que modo Jesus achava que Deus seria glorificado através daquela doença? A resposta é clara e incisiva para ambos os casos: Jesus operou o milagre e sarou o enfermo e depois deu a glória ao Pai. Apenas esses dados bíblicos deveriam levar os crentes a terem mais cautela antes de tecer críticas injustas e infundadas a respeito das operações e experiências espirituais e sobre a visão que certos grupos carismáticos tem sobre a relação das enfermidades com o diabo e o pecado.
Depois dessa enorme digressão, acrescento outra conclusão e exortação: devemos ter cuidado para não chamarmos sofrimentos de Cristo pelo que eles não são. As provas na vida do crente já são várias, chamar provação ao que não é provação e falar que o crente devem suportá-las (me refiro à questão sobre suportar doenças “para a glória de Deus”), é lançar um fardo ilegítimo sobre as costas dos santos.
— Iury Tavares