Dieta e Idolatria

Em algum momento, não sei quando, tornou-se corriqueiro pessoas perfeitamente normais na sua saúde, estética e vigor físico tomarem um monte de suplementos, aderirem a dietas radicais e só falarem de nutrientes e papo fitness o dia inteiro. Não existe mais saúde em uma vida ordinária. Ou tem um monte de prescrição de nutricionistas, ou você vai morrer agonizando em diabetes, câncer, infarto e afogamento em 200kg de banha.

Curiosamente, os fiscais da idolatria não falam nada a respeito. Ninguém vê essas atitudes como idolatria da medicina, da ciência ou da nutrição. Ao contrário, vivem celebrando perfis de moças crentes em Instagram que só falam nessas coisas.

Por que o radar da idolatria não detectou nada? Porque esse é de fato o ídolo de estimação dessas pessoas. Excluindo Deus — com o seu caráter, sua promessa, sua aliança, sua expiação — como a garantia da saúde, não resta alternativa a não ser essa vida ridiculamente insossa, exibida, “self-righteous”, e autocentrada.

Quem crê que o ouvir e obedecer à Palavra de Deus traz saúde, como a própria Palavra diz, não precisa de uma caixinha de comprimidos diária, não precisa aderir a uma dieta “zero-sabor”, não precisa chamar qualquer coisa industrializada ou meramente com agrotóxicos de “veneno”, e não precisa fazer propaganda dessas besteiras em redes sociais.

Eu vou viver até os 100 anos — por baixo — confiando na saúde de Deus e ingerindo comida de gente normal. Se Moisés, Josué, Calebe e o sacerdote Joiada conseguiram, eu também consigo. E vou dar risada de quem desperdiça uma vida bem mais curta idolatrando quiabo.

— André de Mattos Duarte