Cura e Justiça

Algumas vezes a cura é retratada como adversária da justiça por aqueles que acreditam que Deus usa a doença como cabresto para manter os seus filhos na linha.

Em contrapartida, a Bíblia diz: “Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim” (Jeremias 32:40). Em outras palavras, Deus garante a fidelidade de seus filhos operando em seus espíritos, não danificando os seus corpos. Se alguém precisa de um cabresto, é porque não foi salvo. Uma pessoa que foi realmente salva não pode ser desviada nem pela felicidade nem pelo infortúnio. Ela permanecerá fiel a Deus em qualquer circunstância.

A verdade é que longe de se opor à justiça, a cura pode retificar uma multidão inteira de uma só vez. Observe, por exemplo, o que aconteceu quando o filho da viúva de Naim foi ressuscitado por Jesus (Lucas 7:11–17). A Bíblia diz que “Todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus, dizendo: Grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo”. “Todos” aqui inclui tanto a multidão que seguia a viúva (12) no cortejo fúnebre quanto a multidão que já acompanhava Jesus (11). Um único milagre levou duas grandes multidões ao temor e à adoração, tão grande é a capacidade que a cura tem de promover a justiça!¹

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¹ Nota do editor: Perguntaram ao autor como ele categorizaria os doentes em 1 Coríntios 11. Eis a sua resposta: “Eu diria que são casos diferentes. A doença em 1 Coríntios 11 é um castigo, não um cabresto. É um castigo que provavelmente seria removido caso a pessoa acordasse para a justiça. Ou mataria a pessoa mesmo, se ela insistisse. O objetivo então é punir, não corrigir. É por isso que outros tinham sido mortos. Não dá para corrigir alguém matando a pessoa. Mas o cabresto permanece mesmo quando a pessoa retorna. No pensamento que eu estou atacando, a doença continua lá torturando a pessoa até à morte para garantir que ela não se desvie. Nesse caso, não é um castigo, mas uma medida preventiva, uma medida que não faz sentido já que só pode forçar o serviço hipócrita e só funcionária com pecadores menos perversos ou pessoas realmente redimidas”.

— Gabriel Arauto