Cura e Glória

Deus lembrou-se de Raquel, ouviu-a e a fez fecunda. Ela engravidou e deu à luz um filho. Então disse: — Deus tirou de mim o meu vexame. (Gênesis 30:22–23)
A doença humilha as sua vítimas. Às vezes as desfigura, às vezes as faz feder, às vezes as torna dependentes dos outros ou as submete a tratamentos médicos degradantes. Ela conhece muitas maneiras de roubar a dignidade. Imagine o que significa para um homem ser sexualmente impotente ou para uma mulher o perder os cabelos!
Nesses dias em que as pessoas tomam remédios e fazem cirurgias para induzir a infertilidade, a incapacidade de conceber pode parecer uma benção, mas era um vexame para Raquel, que vivia em um tempo em que a fertilidade e a descendência eram valorizadas. Por ser infértil naquele contexto, ela era considerada uma esposa inadequada, e seu marido, azarado, já que produzir filhos era um dos principais propósitos de um casamento.
Na época de Raquel, uma das maneiras de contornar a infertilidade era dando a sua escrava como parceira sexual para o seu marido para que os filhos da união deles fossem considerados seus próprios filhos. Raquel fez isso e teve alguns filhos por meio de Bila, sua escrava, mas nem assim se satisfez. Ela queria ser mãe de verdade. No nosso tempo a infertilidade pode ser contornada com conformismo ou adoção. A mulher pode simplesmente desistir de ser mãe. Ela pode começar a se julgar pra um padrão diferente, de modo que se aprove como mulher e esposa embora não possa gerar filhos. Ela também poderia adotar uma criança. Então ela nunca passaria pelos incômodos (e pelas alegrias) da gravidez ou do parto. Ela poderia, até certo ponto escolher a criança que preferisse, uma decisão sempre negada aos pais biológicos. Nenhum desses caminhos, porém, resolve o problema. A doença continua lá e seus efeitos também. Ela torna a mulher incapaz de conceber e gerar, algo que outras mulheres conseguem com uma facilidade às vezes absurda.
Apesar de já ter dado alguns filhos a seu marido com a ajuda de Bila, Raquel continuou orando pela capacidade de gerar filhos, até que finalmente foi ouvida e pariu José. Em relação a isso ela declarou: Deus tirou de mim o meu vexame! A cura lhe devolveu a dignidade que a doença lhe tinha roubado. Agora ela era uma mulher e uma esposa completa, suas limitações tinham ficado no passado. Com sua oração de fé perseverante ela removeu o problema que outras mulheres apenas contornaram e se tornou um exemplo para todos aqueles que sofrem com doenças vexatórias.
O Deus da Bíblia é o Deus da cura e o Deus da honra. Ele restaura a nossa dignidade com seu poder curativo. Ele remove a doença que nos envergonha. Ele opera milagres para nos exaltar. Deus nos quer de cabeça erguida, livres de qualquer sintoma ou limitação degradantes. Ele nos coroou de glória e honra no princípio, e fará o que for preciso para nos restaurar a este estado. Confie em Deus para cura e glória. Peça a ele para restaurar a sua saúde e dignidade. Nenhum dos que nele confiam será envergonhado.
— Gabriel Arauto