Cura e Evangelismo
O nono capítulo do Evangelho Segundo João narra o encontro de Jesus com um mendigo incrédulo e cego. Jesus inicia a interação com cura (9:1–7),¹ e só depois que o homem está completamente restaurado é que ele começa o evangelismo (9:35–39). Primeiro ele lida com o problema físico, e só então trata da questão espiritual. Vemos o mesmo padrão no capítulo quinto: Jesus começa com cura (5:5–9), e conclui com pregação (5:14). Quando interagindo com pessoas saudáveis, ele permitiu que as questões espirituais dominassem a conversa (João 3:1–15 e 4:1–42). Portanto, é perfeitamente legítimo iniciar as nossas interações com os enfermos descrentes ministrando-lhes cura. Ainda que a coisa mais importante para eles seja nascerem de novo pelo Espírito,² não há nada de errado em começar pela restauração de seus corpos. Se somos contra fazer as coisas nessa ordem, somos contra Jesus.
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¹ Porque aquele homem era obrigado a mendigar por causa da deficiência que o impedia de trabalhar, poderíamos dizer que Jesus começou com cura e prosperidade, pois uma vez saudável, aquele homem poderia viver dignamente do seu próprio suor.
² Aqui adotei por um momento a falsa distinção que separa a cura divina e a doença como coisas não espirituais. A doença resulta do pecado, e a cura é a solução de Deus para o problema, portanto, Jesus não começa atendendo à carne para só depois entrar nos interesses do Espírito. O Senhor é para o corpo e o corpo é para o Senhor. O evangelho é salvação para o homem como um todo. Respondi aos tolos segundo a estultícia deles, para que não fossem sábios aos seus próprios olhos.
— Gabriel Arauto