As Velhas Igrejas: Um Obstáculo ao Poder

Deus prometeu aos filhos de Israel que se eles obedecessem à sua palavra faria deles a nação mais poderosa no mundo. No entanto, eles nunca foram fiéis o suficiente por tempo suficiente ou em número suficiente para alcançarem tamanha grandeza. De geração em geração, por incredulidade e rebeldia, eles foram menos do que que poderiam ter sido em Deus. Infelizmente, a igreja gentílica tem imitado esse mau exemplo.

Deus fez grandes promessas à igreja, mas ela tem falhado em se apoderar delas. Pior: a igreja tem negado que as promessas e condenado aqueles que aceitam a palavra de Deus como ela está escrita. Essa apostasia é tão grave que eu poderia apontar muitas áreas em que a igreja atual é deficiente, poderia mencionar sua fraqueza intelectual, como exemplificada pelo desprezo à teologia ou incapacidade de defender a fé de maneira inteligente, ou sua fraqueza ética na aceitação do divórcio e outras perversões. Como não é o meu propósito fazer uma queixa completa agora, falarei apenas sobre como a igreja é deficiente no poder.

Jesus ensinou que um poder sobrenatural extremo faria parte do cotidiano dos seus discípulos. Para usar as palavras da Bíblia, ele disse que qualquer um que cresse nele faria as mesmas obras que ele fez e até mesmo obras maiores (João 14:12). A igreja não tem apenas falhado em alcançar esse poder — ela o tem negado e demonizado. Qualquer um que aceite a declaração de Jesus sem alteração é tido como herege e louco. A igreja deveria ser um grupo de pessoas poderosas ensinando outras pessoas a serem poderosas em Deus, mas se tornou uma inimiga do poder. Mesmo quando esse poder recebe ênfase, como na tradição pentecostal, o entendimento e a prática são tão defeituosos que só parecem uma vantagem porque as outras tradições são tão negligentes e confusas na mesma área.

Meu ponto não é que eu sou perfeito em todas as áreas em que a igreja têm falhado. Eu também estou aquém. Eu também preciso melhorar em tudo. A diferença é que eu percebo que estou aquém e quero me aperfeiçoar. A igreja não pode me ajudar com isso porque já decidiu ficar no meu caminho. Ela é fraca e não quer que eu seja forte. Ela está aquém em dez áreas, e deseja me manter no fundo do poço junto com ela. O que eu deveria fazer senão me desligar completamente daquilo que me impede de ser perfeito? Se eu quiser progredir, preciso caminhar com os vencedores. Se eu não encontrar vencedores, ainda posso andar com Deus.

A verdade é a chave para o sucesso que glorifica a Deus. A igreja deveria ser a guardiã dessa verdade, mas ela se tornou uma opositora. Como o sal que perde o seu sabor, ela não serve para mais nada, senão para ser descartada e pisada pelos fiéis. Chegou a hora de abandonar as velhas igrejas, cortar a frequência e o dízimo e deixar morrer as comunidades que enchem as nossas cidades de doutrinas tóxicas e crenças limitantes. Isso não é opor-se à igreja de Deus, é opor-se a comunidades impostoras.

Há quem pense em promover reformas, mas só uma recriação poderia salvar as velhas igrejas. Elas não precisam de alguns ajustes importantes, elas precisam ser totalmente renovadas em seu pensamento e prática. Visto que os próprios alicerces estão podres, é preciso demolir tudo e recomeçar do zero.

Porém, se abandonamos a falsa religião apenas para vivermos como lobos solitários à deriva, não haverá ganho. Precisamos focar em alcançar uma vida à altura das promessas de Deus. Por que seríamos fracos ou apenas um pouco poderosos quando Jesus nos prometeu mover montanhas? Por que seríamos envergonhados no debate público quando Jesus prometeu nos dar boca e sabedoria às quais ninguém pudesse resistir? Enfim, por que seríamos fracos em qualquer área em que Deus nos prometeu que seríamos fortes?

Enquanto caminhamos para a perfeição, vamos ajudar outros a despertarem para as verdades para as quais fomos despertados. Vamos ensinar às pessoas o que Deus nos revelou para que elas possam se juntar a nós e formar comunidades ou redes de comunidades que realmente funcionem como sal da terra e luz do mundo. É assim que vamos ser a mudança que queremos ver no mundo.¹

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¹ A virada que esperamos (o fim das velhas igrejas e a hegemonia da fé bíblica) não acontecerá via rede social. Nós podemos usá-las para divulgar as doutrinas que os pregadores e teólogos têm ignorado e para nos conectar com os fiéis que restaram em diferentes partes do Brasil e do mundo, mas a significativa mudança acontecerá somente à medida em que cumprirmos a grande comissão em nossos próprios bairros, evangelizando crentes e incrédulos.

— Gabriel Arauto