A Imperatriz do Universo

O Senhor Que Te Sara
5 min readDec 26, 2022

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A Escritura ensina que Deus estabeleceu uma aliança com o seu povo: “Eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo”. Essa aliança costuma ser reconhecida como o casamento arquetípico, pois os profetas constantemente chamam Deus de o marido de Israel, e Israel de a esposa de Deus. No Novo Testamento, os escritores colocam Cristo como o marido e a igreja como a sua esposa. E o relacionamento redimido entre marido e esposa na terra deve imitar o relacionamento entre Cristo e a igreja.

Nessa figura, a igreja não é uma instituição formal, não é uma denominação, não é um CNPJ. É a igreja invisível, o corpo dos eleitos, o coletivo de todos os indivíduos regenerados.

Jesus Cristo é o nosso marido. Ele liderou a guerra contra os nossos inimigos, sacrificou a sua vida por nós, tirou-nos da casa de Satanás e levou-nos para o palácio celestial. Ele é o nosso Senhor, que nos ama acima de tudo, que provê para as nossas necessidades, que nos protege do mal e que nos deu herança com ele. Além disso, como o marido é o cabeça da esposa, Jesus é o nosso cabeça: ele manda em nós, nós não mandamos nele. Nós prestamos obediência irrestrita e sem hesitação. Uma vez que ele é Deus perfeito e infalível, nós nunca temos o direito de desobedecer ou de apelar a uma autoridade maior. Ele é a autoridade suprema e suas leis são sempre justas.

A igreja deve obedecer a Cristo. Até aí, todo mundo concorda. Mas, se há um casamento, há um lar. Há uma herança. Há um campo de domínio comum. Ou Jesus deixou a sua esposa no olho da rua? A Escritura é clara em dizer que nós somos herdeiros com Cristo de todo o mundo. Se Jesus é o rei da criação, a igreja é a rainha. Em diversos lugares, os cristãos são descritos como aqueles que possuem autoridade sobre o mundo — a nação de reis e sacerdotes que há de julgar até os anjos. Por meio de Cristo, exercemos domínio. O mundo é a nossa herança. É aqui que moramos, e somos casados com o titular.

A igreja deve obedecer a Jesus, assim como a esposa deve obedecer ao marido. Mas, dentro desse parâmetro, há um espaço de poder enorme para a esposa. A esposa é quem administra o patrimônio do marido. Ela é quem exerce gerência sobre a comida, o supermercado, a arrumação, a estética e o bem-estar de todos. O marido manda na esposa, mas a esposa é quem manda na casa, e todo bom marido concede essa autoridade à esposa, porque ele a ama e deseja sinceramente agradá-la, e que ela se sinta bem onde mora.

Do mesmo modo, a igreja exerce autoridade sobre o mundo. Nós é que decidimos como o mundo melhor nos atenderá. É claro que não podemos desagradar o nosso marido e temos de agir somente dentro das regras dele. Mas nós somos os administradores desta terra. Nós gerimos o patrimônio de Jesus Cristo. Ele nos deu esse poder. A igreja é uma esposa — a esposa do rei do universo.

Considere agora como a teologia derrotista e cética tem apresentado a igreja dentro dessa perspectiva. Alguns colocam a igreja como uma namorada de Cristo — há algum calorzinho no coração, mas estamos apenas em stand-by até o fim do mundo, não podendo fazer muita coisa além de esperar. Alguns colocam a igreja como a empregada doméstica de um Cristo solteiro — ela deve apenas cumprir ordens, contentar-se com um soldo mínimo e executar só o operacional, sem levantar muito a voz. Alguns acham que Jesus deixou a esposa à soleira da porta da casa — é como a teologia do exílio e do sofrimento acaba por colocar. E depois não sabem por que a depressão é um problema rampante no seu meio.

A esposa realmente determina as coisas da casa. Ela toma decisões com autoridade. Ela sabe que o seu marido é fácil de agradar — se ele for bom e sábio como Jesus. Então ela se permite governar com amplo espaço. É essa perspectiva que explica como pode Jesus Cristo ter dado aos crentes o poder de mover montanhas pelo comando da fé. As montanhas não são dele? Sim, mas nós casamos com ele, então as montanhas são nossas também.

É comunhão total de bens, povo! É tão engraçado que as pessoas se ressentem da oração que “determina”, que “ordena”, como se estivéssemos mandando em Deus. É óbvio que não! Nós, amparados pela autoridade concedida pelo nosso marido, determinamos e ordenamos a nossa casa. Quando eu ordeno que uma febre saia, eu não estou mandando Deus curar a febre — eu estou mandando na febre diretamente, expulsando-a do mundo que eu e Jesus compartilhamos. Ele me deu autoridade explícita para fazer coisas assim.

A esposa também argumenta com o seu marido. A lei de Deus é imutável, logo nós não podemos discutir com Deus sobre ela. Mas às vezes, certas coisas do lar não parecem estar muito de acordo com a vontade do marido, não é mesmo? E às vezes, a esposa diz ao seu marido algo como “Lembra daquele dia em que você disse tal coisa? Então… posso agir de acordo com isso?”. E essa hesitação só aparece porque os maridos humanos são imperfeitos, inconsistentes e podem mudar de ideia. Mas Deus nunca muda de ideia. Se ele disse algo alguma vez, nós nunca precisamos confirmar antes de agir. Então, quando as coisas parecem estar desarranjadas e não correspondem ao que Deus falou na Escritura, nós podemos argumentar com ele. Abraão fez isso, Moisés fez isso, os salmistas, os profetas… porque é assim que a esposa de um marido perfeito age. Ela confia tanto na palavra do seu marido que ela faz apelos baseados nessa palavra — e então confia que o universo atenderá a essa palavra.

Comecem a pensar e a agir como a esposa do Senhor do universo — como a imperatriz desse reino vitorioso. Não deixe nenhum lacaio convencer você de que você é uma namorada, uma empregada ou uma mendiga.

— André de Mattos Duarte

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O Senhor Que Te Sara
O Senhor Que Te Sara

Written by O Senhor Que Te Sara

“Eu sou o SENHOR que te sara” (Êxodo 15:26). Despertando sua fé para o sobrenatural de Deus. Refutando o cessacionismo e outras doutrinas do incredulismo.

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