A Casa de Cura para Todos os Povos

O Senhor Que Te Sara
3 min readMar 9, 2023

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Quando compreendemos que as enfermidades são obra do diabo e que a fé evangélica traz a cura de Deus, o texto da excomunhão de 1Coríntios 5 fica muito mais claro:

Eu, na verdade, ainda que ausente em pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente, que o autor de tal infâmia seja, em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de Jesus, nosso Senhor, entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor [Jesus]. (1Co 5.3–5).

O que significa entregar alguém a Satanás para a destruição da carne? Esse texto só faz sentido se entendermos que Satanás tem jurisdição sobre aqueles que estão fora da igreja e que ele destrói a carne dessas pessoas. Por contraste, Satanás não tem jurisdição sobre a igreja e não pode atingir a carne daqueles que lá estão. Isso só é realidade porque existem curas milagrosas na igreja, e não no mundo. A operação de curas é uma dádiva que provém da autoridade de Cristo e é tornada real pela fé na obra expiatória dele. Existe, portanto, uma diferença marcante entre os que são verdadeiros membros da igreja e os que estão fora desse território: estes permanecem sob a mercê do diabo e sofrem no corpo os efeitos dessa escravidão, enquanto aqueles estão sob a compaixão do Cristo que sara todas as enfermidades.

Os reformados gostam de afirmar que a verdadeira igreja — ou igreja saudável — tem três marcas: a pregação fiel da Palavra, a administração fiel dos sacramentos e o exercício da disciplina. No entanto, fica claro que há uma quarta marca, que é na verdade uma parte fundamental do exercício da disciplina: a operação de milagres de curas que tornam a igreja distinguível do mundo. Se a igreja não tem mais curas do que o mundo, então que diferença faz entregar alguém a Satanás? Se os crentes devem sofrer para a glória de Deus, racionalizar as suas enfermidades e até aceitar a morte lenta e dolorosa, então em que a beneficência de Cristo difere da opressão física do diabo?

Paulo quer que o espírito do excomungado seja salvo no dia do Senhor como resultado dessa entrega a Satanás. O propósito da excomunhão é que o réu, após sofrer nas mãos do diabo, volte a si e corra de volta arrependido para a igreja, a fim de encontrar cura e salvação. Mas, se a igreja não traz mais a cura de Deus, então que efeito o réu pode sentir de diferente no mundo? O que o motivaria a voltar para a igreja? Talvez ele perceba uma ou outra vantagem psicológica de estar na igreja e não na companhia dos ímpios, mas isso é pouquíssimo em comparação com o que Paulo tem em mente aqui. Afinal, ele estava se dirigindo a uma igreja que era operosa em milagres e em curas.

A igreja deve ser a casa de cura para todos os povos. Uma igreja que não cura os seus membros pouco difere do mundo sem Deus. Não adianta criticar a tendência evangélica de “modernizar” a igreja com looks descolados e efeitos especiais se o tradicionalismo permanece igual ao mundanismo nesse aspecto tão importante da cura milagrosa. A disciplina fica reduzida a uma mera proibição de comer um miolinho de pão e de beber 5ml de suco de uva na igreja! Quanta falta isso pode fazer a um excomungado? Talvez ele se sinta até melhor parando de perder tempo com rituais em uma religião que não demonstra poder nenhum. Uma igreja sem poder de curas não pode se distinguir do mundo que jaz no maligno.

— André de Mattos Duarte. O Senhor Que Te Sara: A exposição completa da doutrina da cura bíblica. Editora Bibliomundi, 2021, pp. 157–159.

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Written by O Senhor Que Te Sara

“Eu sou o SENHOR que te sara” (Êxodo 15:26). Despertando sua fé para o sobrenatural de Deus. Refutando o cessacionismo e outras doutrinas do incredulismo.

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